Meses antes de ser anunciado, "Killzone" foi revelado por uma publicação britânica e batizado "o matador de 'Halo' da Sony européia". Aliás, a Sony deve ter ficado mais surpresa, já que o game continuaria sendo produzido e chegaria às lojas sem sequer uma fração do marketing que o jogo da Microsoft arrecadou. Mas o estrago havia sido feito: fãs do mundo inteiro esperavam algo capaz melhor do que um dos mais aclamados games do gênero para consoles.
De uma maneira geral, "Killzone" lembra o filme "O Resgate do Soldado Ryan" e mostra os horrores da guerra tanto em cenas claustrofóbicas de combate quanto na destruição que pode causar aos locais que atinge. Esse efeito é um dos maiores trunfos do game, que aposta em uma direção de arte extremamente rica para sugar soldados virtuais para esse mundo futurista. Mas quando você é entregue à parte interativa, os muitos defeitos vêm à superfície.
Exército de um homem só
O jogador começa sua aventura controlando Templar, um guerreiro com uma perigosa missão de resgate em meio a uma guerra quase perdida. Com a ajuda de alguns soldados desgarrados, ele deve encontrar outros três membros para sua equipe e passar por uma série de missões para tentar salvar o dia. Uma vez encontrado os outros soldados, eles podem ser selecionados e oferecem algumas habilidades diferentes para, ocasionalmente, missões diferentes. Infelizmente, é improvável que alguém queira tentar jogar "Killzone" novamente.
O apelido de "matador de 'Halo'" é especialmente irônico quando você leva em conta quantos elementos do jogo a produtora emprestou - o sistema de carregar um número limitado de armas, coronhadas capazes de derrubar inimigos e combate estratégico com tropas pequenas são os principais suspeitos da influência do sucesso da Microsoft. Como no primeiro "Halo", a ação tende a se tornar bastante repetitiva - procurar cobertura, atacar etc: só que o caráter genérico dos inimigos e sua terrível inteligência artificial acentua o problema em "Killzone". O sistema é funcional, mas logo na segunda fase já começa a ficar instintivo e você se pergunta quando vai acontecer algo diferente.
Com exceção de um ou outro momento maior de suspense e algumas pequenas surpresas, quase todas as fases repetem a fórmula da primeira etapa. Adicione o movimento duro e forçado dos personagens, um sistema de mira exageradamente sensível e a frustração sobe para níveis altos rapidamente.
Foto-realista... até certo ponto
Os ambientes são o ponto alto da aventura, mas mesmo a apresentação gráfica acaba esbarrando em sérios problemas. "Killzone" pode parecer lindo em fotos estáticas, mas a realidade durante o game é quase tão sombria quanto o prospecto de guerra que ele tenta pintar. Usando um sistema para evitar telas de "loading" similar ao de "Grand Theft Auto", é normal ver objetos ganhando mais detalhes na frente de seus olhos. Problemas na ligação de polígonos e na maneira como os personagens caem mortos aparecem aos montes. O enorme esforço da produtora acaba caindo por terra com todas essas falhas, que ficam ainda mais claras perto do realismo dos campos de combate fotorealistas.
"Killzone" oferece uma opção multiplayer além de sua campanha para um jogador, que consegue aumentar o interesse pelo game, mas acaba pecando pela falta de criatividade. Além de exigir 3MB de seu cartão de memória, muitos dos problemas de controle do modo solo se repetem online. O multiplayer diverte, mas há opções melhores para o PlayStation 2.
Não é surpresa que as fases de "Killzone" se dividem em pequenas seqüências bastante curtas. A única maneira de engolir o jogo é em doses homeopáticas e, até certo ponto, ele pode ser interessante dessa maneira. Mas com tantas alternativas de qualidade para o console da Sony, é difícil recomendar um game com tantos "poréns".
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